Dos aniversários

Admiro as pessoas que se fazem novas. Não da pele para fora, com o uso de um esfoliante poderoso ou um anti-rugas de vários reais, mas dos poros para a alma, porque mais um ano de vida será somente mais um ano para uma pessoa velha, e por velha quero dizer aquela que não aprende a perdoar, não se esforça para derrotar seus medos, não arrisca e só reclama.

Velho é aquele que não aprendeu a dizer não e ao mesmo tempo aquele que não aprendeu a fazer concessões.

Uma pessoa velha é aquela que detesta sua rotina, mas não faz absolutamente nada para mudá-la, pois medidas simples como fazer outro caminho para o centro da cidade, comer outros alimentos em lugares e horários diferentes, caminhar, escutar novas músicas, assistir a novos filmes, nem passam pela sua cabeça.

Os velhos, em sua grande maioria, acham que o mundo não gosta deles e que tudo é muito difícil. A frase que mais costumam dizer é “não é tão fácil quanto parece” quando alguém tenta abrir uma janela na escuridão das suas reclamações.

Os velhos adoecem e acham que adoeceram porque ninguém os ajudou a serem saudáveis. E choram por falta de oportunidades, porém não criam suas próprias.

Querem que os outros mudem para que eles se sintam confortáveis e felizes! Eles não sabem que para mudar o mundo é preciso começar por si mesmo.

Mas a mais velha das criaturas é aquela que espera que as pessoas que o cercam legitimem seu valor. Em geral são essas as que enrugam mais cedo, de tanto chorar, com o efeito lamentação.

Não existe idade para ser novo ou velho. A juventude é muito mais a consciência da liberdade de escolha do outro, e, portanto, respeito a esse outro, do que aniversários acumulados.

É preciso deixar o outro ser outro para ser quem se é. É preciso deixar o outro ser quem ele bem quiser para ser jovem.

E por fim, é preciso ser jovem para merecer um novo ano de vida. E é válido lembrar que sempre é tempo para rejuvenescer!

Jamais devemos perder a vontade eterna de ser jovem...

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emprestado... da Moniquinha FinaFlor