segunda-feira, 26 de julho de 2010

"...é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi..."

Esperta São Paulo... Cidade sem saída... Garoa sem tradução... Ilha, uma cidade cercada de prédios por todos os lados... Em vez dos arrecifes, arranha-céus... Uma avenida coração de um país... Celeiro de arte em ebulição... Frio na esquina da Ipiranga com a São João... Um parque num cartão-postal... Mata verde sitiada... Um rio paladino da feiúra óbvia, da imundice minha, sua, das traquinagens humanas... São mais de sete milhões de habitantes, todos eles sós... São italianos, japoneses, nordestinos e cariocas... Todos juntos e separados, com seus sonhos transformados em cinema-mudo... São os passos apressados nas linhas de metrô... São os pombos nas calçadas com receio de voar... E mesmo que o céu esteja escuro e acinzentado, mesmo que a TV anuncie o Corujão, que a lua grite que é noite e que os relógios badalem a madrugada... A impressão que tenho olhando a cidade da minha janela... É que a ausência das estrelas e o vício da produção em série fazem as pessoas acreditarem que é sempre dia... Desperta São Paulo...
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adaptado da Maíra Viana, mas pertinente pra expressar tudo que está entalado na garganta, que não sai, que faz companhia pro choro que ainda não veio...

Um comentário:

Dê disse...

Q LINDO!! mas sabe q SP é sua cara mesmo...sempre achei!
Bom...agora me resta calçar a moleca pro "caminho de anchieta" hehe...BOA SORTE P VCS AI!
AMO VCS!