sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nos tempos da Dona Olga

Hoje é dia dos professores. E hoje eu gostaria de fazer algumas declarações. Eu quero dizer que eu sei a tabuada. Decor e salteada, todos os resultados, sem pestanejar! Eu sei também conjugar verbos, qualquer um, em todos os tempos e modos! Eu sei concordância e regência e não considero que isso seja coisa da gramática dos tempos idos. Eu sei os pontos cardeais - e os colaterais também! Sei as capitais de todos os Estados brasileiros. Sei que exceção se escreve "E-xis-ce-ção-com-ce-cedilha", e não tenho, nunca, dúvidas sobre isso! Com orgulho, digo em alto e bom som, que eu sei cantar os hinos à Bandeira, da Independência e o Hino Nacional, impecavelmente, com todos os "erres" e "esses" (ou sem eles, como em BRAÇO FORTE!). E sei que, ao cantá-lo, é preciso por a mão direita sobre o coração, em sinal de respeito. E sobre esses assustos de civismo, eu sei, ainda, o que é hastear a bandeira, porque o fiz em muitas quartas-feiras! Eu li vinte e quatro livros em um ano, na antiga quinta série, porque fui incentivada a gostar da leitura e dos livros. Mas teve colega que leu muito mais e foi premiado por isso! Até me lembro do seu nome: Jimmie!! Sou da época em que nem se podia pensar em ir à escola sem uniforme (camiseta da escola e parte de baixo azul escuro!! E não podia ser acima do joelho!). Sou da época em que, quando o sinal batia, formávamos filas, do menor para o maior, um braço de ditância, numa oganização quase natural, e éramos conduzidos para a sala de aula pelo professor. Aliás, desrespeitos e bagunças na sala de aula ou fora dela, eram reparados arrancando matinho nos jardins do colégio. E os pais não processavam a escola, a professora, a diretora por causa disso. Sou dos tempos em que aluno baixava a cabeça enquanto o professor falava! Ou a diretora. Ou a inspetora. Ou a servente... Eu aprendi na escola que "a vida é dura pra quem é mole". Aprendi que quando chegamos atrasado, o portão se fecha e eu não posso entrar pelo portão do fundo. Eu estudei Educação para o Trabalho. E Organização Social e Política Brasileira. E também Educação Moral e Cívica. E não achava isso "um saco". Eu participei de uma Noite de Autógrafos, mas, para isso, tive que aprender a fazer redação. E eu aprendi! E, mais tarde, por ter aprendido, eu venci um concurso e assisti à Copa do Mundo, ao vivo, como prêmio do primeiro lugar! Eu pintei muros da cidade num sábado, numa campanha contra a pichação e aprendi que isso é crime! E também já limpei carteiras, em período extra-aula, para aprender que não se pode rabiscá-las. Comi a esfirra de queijo da cantina, brinquei de elástico no recreio, dancei can-can na quadra, na festa do folclore, joguei vôlei e basquete sem saber jogar, conversei com as amigas no banheiro, sentei na calçada antes de bater o sinal. E depois também. Chorei na sala de aula, ri muito mais que chorei. Estudei na biblioteca, "catei" papel do chão do pátio, mas nunca assinei o temido Livro Preto! Acho até que já matei alguma aula, e hoje eu posso assumir... Enfim, eu fiz tudo isso na escola! E eu disse tudo isso, porque quero, na verdade, fazer uma homenagem aos bons tempos... E aos ons mestres que tive ao longo da minha vida escolar. Muito do que sou hoje deve-se a tudo que aprendi e apreendi naqueles anos. Coisas que passo aos meus filhos, numa lembrança gostosa e com muito orgulho!

Obrigada, professores queridos! E, em especial, agradeço à senhora, minha mestra e exemplo, DONA OLGA BALBO FERREIRA FONTES!

















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